
Com a recente alta da Selic para 14,25% em março de 2025, muitas pessoas estão reavaliando onde colocar o próprio dinheiro. E entre os favoritos do momento, dois nomes voltaram com força: LCI e LCA.
Mas afinal, LCI e LCA estão valendo a pena em 2025? A resposta não é tão óbvia quanto parece, e ignorar os detalhes pode fazer você ganhar menos do que poderia estar ganhando.
Aqui você vai descobrir como o aumento da Selic está impactando os rendimentos de LCI e LCA, quem realmente sai ganhando com isso e se essa é uma boa oportunidade para você também.
Prepare-se para entender por que alguns investidores estão migrando silenciosamente para esses papéis e por que talvez você devesse considerar o mesmo.
O que são LCI e LCA e por que ganharam destaque em 2025
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras para financiar os setores imobiliário e do agronegócio, respectivamente. Em 2025, com a Selic atingindo patamares elevados, esses investimentos ganharam destaque devido à combinação de rentabilidade atrativa e isenção de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas.
Como o aumento da Selic influencia diretamente esses investimentos
A Selic, taxa básica de juros da economia, serve como referência para diversas aplicações financeiras. Com a Selic em 14,25% ao ano (valor vigente no período de Abril de 2025), os investimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), como as LCIs e LCAs, passaram a oferecer rendimentos mais elevados. Essa alta nos juros torna esses títulos mais atrativos, especialmente para investidores que buscam segurança e rentabilidade.
Comparativo: rendimento de LCI e LCA antes e depois da alta da Selic
Antes da elevação da Selic, as LCIs e LCAs ofereciam rendimentos mais modestos, muitas vezes inferiores aos de outros investimentos de renda fixa. Com a alta da Selic, esses títulos passaram a oferecer retornos mais competitivos. Por exemplo, uma LCI que pagava 85% do CDI agora pode render significativamente mais, tornando-se uma opção mais vantajosa para o investidor.
Isenção de IR: o diferencial que mantém LCI e LCA competitivos
Um dos principais atrativos das LCIs e LCAs é a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Isso significa que o rendimento obtido com esses títulos não sofre desconto de IR, ao contrário de outros investimentos como CDBs e fundos de renda fixa. Essa vantagem fiscal pode tornar as LCIs e LCAs mais rentáveis, mesmo quando oferecem taxas nominais menores.
Vale a pena investir em LCI e LCA em 2025?
Com a Selic em alta e a isenção de IR, as LCIs e LCAs se apresentam como excelentes opções de investimento em 2025. No entanto, é fundamental considerar fatores como prazo de carência, liquidez e solidez da instituição emissora. Para investidores que podem manter o capital aplicado pelo período exigido e buscam segurança com boa rentabilidade, esses títulos são altamente recomendados.
Perfil do investidor ideal para aproveitar esse cenário
As LCIs e LCAs são ideais para investidores com perfil conservador a moderado, que buscam renda fixa com isenção de IR e estão dispostos a manter o investimento pelo prazo acordado. É importante que o investidor tenha uma reserva de emergência separada, pois esses títulos geralmente não oferecem liquidez diária.
Riscos e limitações que você precisa conhecer
Apesar de atrativas, é fundamental estar ciente das características e limitações das LCIs e LCAs antes de investir:
- Carência e Baixa Liquidez: Estes títulos exigem que o dinheiro fique aplicado até o vencimento. Importante: após mudanças regulatórias implementadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2024, os prazos mínimos de carência se tornaram mais longos. É comum encontrar LCAs com carência mínima de 9 meses e LCIs com 12 meses. Isso significa que a liquidez é baixa ou inexistente antes do prazo final, sendo bem diferente do Tesouro Selic, por exemplo. Planeje-se para não precisar desse dinheiro antes do vencimento.
- Risco de Crédito: O seu investimento depende da capacidade de pagamento da instituição financeira que emitiu o título. Embora contem com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores até R$ 250 mil por CPF e por instituição (respeitando o teto global do FGC de R$ 1 milhão renovável a cada 4 anos), é sempre uma boa prática avaliar a saúde financeira (solidez) do banco ou financeira emissora.
- Disponibilidade no Mercado: As regras mais recentes sobre o tipo de crédito que pode servir de garantia (lastro) para LCIs e LCAs também podem influenciar a quantidade e variedade de títulos disponíveis nas corretoras e bancos.
Alternativas aos LCI e LCA: o que mais ganha com a Selic em alta
Além das LCIs e LCAs, outros investimentos se beneficiam da alta da Selic:
- CDBs: oferecem liquidez diária e são garantidos pelo FGC, mas sofrem incidência de IR.
- Tesouro Selic: título público com alta liquidez e segurança, ideal para reserva de emergência.
- Fundos DI: boa opção para curto prazo, mas também sujeitos à tributação.
Dicas para escolher os melhores papéis de LCI e LCA
Para selecionar as melhores LCIs e LCAs:
- Compare taxas: busque títulos que ofereçam percentuais elevados do CDI.
- Avalie o prazo: escolha prazos que se adequem ao seu planejamento financeiro.
- Verifique a instituição emissora: opte por bancos com boa reputação e solidez financeira.
- Considere a plataforma de investimento: corretoras de investimento, bancos tradicionais e bancos digitais oferecem diversas opções com diferentes características.
O que esperar do futuro: Acompanhando a Selic e os rendimentos
Prever o futuro da economia é sempre um desafio. As expectativas do mercado, como as compiladas no Relatório Focus do Banco Central, podem dar uma ideia da trajetória esperada para a taxa Selic, mas essas projeções mudam com frequência com base em novos dados econômicos.
Atualmente, abril de 2025 as projeções sugerem uma manutenção da Selic em níveis elevados para os próximos meses de 2025. Uma Selic mais alta tende a manter os rendimentos de LCI/LCA atrelados ao CDI interessantes. Contudo, a volatilidade é uma característica do cenário econômico.
Por isso, a recomendação é clara: acompanhe de perto as decisões do Copom e as análises econômicas atualizadas. Estar informado é a melhor forma de ajustar sua estratégia de investimentos quando necessário.
LCI e LCA estão valendo a pena?
Diante do cenário atual, com as taxas de juros elevadas, a rentabilidade da renda fixa continua sendo um ponto de atenção para os investidores. Nesse contexto, LCI e LCA se destacam pela importante vantagem da isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Mas, afinal, elas valem a pena para você? A resposta depende da sua análise pessoal. É preciso considerar seus objetivos financeiros, seu perfil de tolerância a riscos e, principalmente, as condições específicas dos títulos disponíveis no momento (taxa de rentabilidade, prazo, qualidade do emissor).
A baixa liquidez e os prazos mínimos de carência (geralmente 9 ou 12 meses) são fatores cruciais: você pode deixar esse dinheiro investido por todo o período?
A melhor estratégia é comparar: veja as taxas oferecidas em LCIs e LCAs de instituições sólidas e compare o rendimento líquido esperado com o de outras aplicações (como CDBs, fundos DI ou títulos do Tesouro Direto), já descontando o imposto destas últimas.
Se você busca segurança, pode abrir mão da liquidez imediata e quer otimizar seus ganhos com a isenção fiscal, as LCIs e LCAs podem ser, sim, componentes valiosos e estratégicos em uma carteira de investimentos diversificada. Informe-se, compare as opções e tome a decisão alinhada com a sua realidade e planejamento financeiro.